No pós AVC muitas das relações desintegram-se, para o sobrevivente a causa é ele ter sofrido um AVC.

Lembro-me de uma história contada por um sobrevivente que trabalhava num local onde conhecia e falava com muita gente,  depois do Avc o que mais lhe custava era ver as pessoas mudarem de passeio e fingirem que não o viam.

Na realidade grande parte das vezes  tem mais a ver com o outro do que o sobrevivente de AVC

Quando testemunhamos a fragilidade dos outros isso pode provocar em nós ansiedade e despertar medos sobre a nossa própria mortalidade.

Tudo isso pode resultar em afastamento, que pode ser consciente ou inconsciente, é  uma estratégia de se preservar emocionalmente.

Afastar-se pode ser uma maneira que algumas pessoas encontram para não ter que lidar com a sua própria impotência, tristeza, medo ou simplesmente porque não entendem o que está a acontecer.

É importante destacar que essa reação não é universal, e muitas pessoas respondem de maneiras mais solidárias, oferecendo apoio emocional e prático durante a reabilitação / recuperação pós-AVC.

É fundamental educar no sentido da prevenção mas também no sentido de cada um de nós estar mais consciente do seu corpo, como funciona e o que podemos fazer por nós e pelos outros.

Precisamos de ter consciência que somos todos humanos e que ninguém vai sair daqui vivo.