Após um AVC, cada dia pode trazer desafios invisíveis: a fadiga que não passa com o descanso, a falta de motivação sem razão aparente, o humor instável, o sono que não repara. Pequenos gestos ganham um novo peso — e um deles pode ser simplesmente abrir a porta e deixar o sol tocar a pele.
A exposição solar tem efeitos que vão muito além do bronzeado. É, literalmente, uma fonte de vida — especialmente para quem vive em processo de reabilitação.
🌞 A vitamina D e a força interior
A luz solar ativa a produção de vitamina D na pele, um nutriente essencial para a fixação do cálcio nos ossos, mas que também desempenha um papel importante no sistema imunitário e no funcionamento muscular.
Sabias que baixos níveis de vitamina D estão associados a maior risco de depressão, fadiga crónica e distúrbios do sono?
Para quem já tem o corpo em esforço constante para recuperar movimentos, equilíbrio e coordenação, manter níveis adequados desta vitamina pode ser um apoio silencioso mas fundamental.
⚡ Sol contra a fadiga
Muitos sobreviventes de AVC relatam uma fadiga persistente — física, mental e até emocional. A exposição à luz solar ajuda a regular o ritmo circadiano, o nosso relógio biológico, contribuindo para:
- Mais energia durante o dia
- Melhor qualidade do sono à noite
- Maior motivação e disposição para realizar tarefas
É um ciclo virtuoso: mais luz → mais energia → mais atividade → mais sono reparador → mais vontade de recomeçar.
💛 Luz para o humor
A luz solar estimula a produção de serotonina, uma substância química do cérebro que influencia diretamente o humor e a sensação de bem-estar.
Num percurso de recuperação que muitas vezes é solitário e emocionalmente exigente, um simples passeio ao ar livre pode ser um verdadeiro antidepressivo natural.
🌿 Voltar a sentir o mundo
Estar ao Sol, respirar o ar fresco, ouvir os sons da natureza, sentir o chão sob os pés — tudo isto ativa os sentidos e reforça a conexão com o corpo, com o presente e com o ambiente.
É uma prática de reconexão. É uma forma de dizer ao corpo e ao cérebro:
“Estamos vivos. Estamos aqui. Estamos a recuperar.”
👉 Dica prática
- 15 a 30 minutos por dia, de manhã ou ao fim da tarde, com parte da pele exposta (braços, rosto ou pernas) — sem protetor solar nesse curto período, salvo indicação médica.
- Se estiveres com mobilidade reduzida, até uma janela aberta com luz direta pode ser um começo.
- E se estiver nublado? Mesmo sem sol visível, a luz natural conta.
🌞 O Sol não resolve tudo. Mas ajuda — e muito.
Aproveita-o. Respira. Caminha. Olha o céu. O teu corpo e o teu cérebro agradecem.
Já fiz uma ou duas caminhadas na praia. Na areia seca e, embora fossem muito curtas foi tão, mas tão bom!
Logo que possa, volto às caminhadas. Nem que seja aqui, junto à casa 😉☀️🌼